quinta-feira, julho 24, 2014

Palavras de sabedoria budista sobre as motocicletas

Monja Coen: a sabedoria budista e as motos
*Para quem ainda não teve a oportunidade de ler a entrevista que a Monja
Coen, líder DA Comunidade Zen Budista do Brasil, concedeu à Claudia Baptista de Souza, aqui vão os melhores momentos:*****

“Quilometro por quilometro, instante por instante. A moto tem muito isso,
você tem de estar inteiro, com atenção permanente. Você e a moto tem de se
Tornar um corpo só, e não uma dualidade. Se você pensar que é você e a
Moto, você cai. Tem de pensar que é uma coisa só. E prestar muita atenção
Porque você está em contato com o vento, sem proteção. Justamente por isso,
Seu estado de alerta tem de ser maior.****

As pessoas estariam mais saudáveis se andassem de moto porque é necessário
Um controle – e isso faz muito bem para o corpo e para a mente. A moto
Exige muita consciência.****

O que a moto tem de similar com a meditação é que você não pode ficar
Guiando a moto divagando, pensando em problemas e dificuldades. Tem de Esvaziar a mente, e isso não significa ficar sem nada na mente, e sim estar
Com ela aberta para as inúmeras possibilidades.****

Eu costumo dizer que a plena atenção, na meditação, é como uma lente
Grande-angular, que não tem foco único, mas está aberta a todas
Possibilidades. Ela não vai focar somente você, e sim todo o ambiente ao
Seu redor. E mesmo assim você estará em foco perfeito. Este é o foco que a
Moto exige: o foco do meu caminho, da direção e de tudo que há à Volta.****

A moto é como a vida. É ela que diz a você quando mudar a marcha, você não
Escolhe. Tem de ficar em sintonia com ela. E essa é a sintonia que a gente
Tem de ter com a vida. Quando é que eu não posso acelerar? Quando é que
Devo ir mais devagar? A moto é uma filosofia de vida. Se você não ouvir e
Sentir, cai. Existe uma frase no budismo que diz assim: “Vá reto por uma
Estrada cheia de curvas”. As pessoas pensam que você vai entrar na curva e
Se matar, mas não é nada disso. Seja macio na curva, seja a curva quando
Ela aparece. E isso a moto ensina, a ser flexível.”****

*Monja Coen foi uma das primeiras mulheres a guiar uma moto no Brasil e a
única a comandar um templo budista. Independentemente de nossa religião, as
Palavras acima são de Grande valia para todos nós.*****

Fonte:
Texto publicado originalmente por Giovanni Guida Júnior em seu blog.
Giovanni Guida Junior é advogado, proprietário de corretora de seguros,
Amante de Harley-Davidson e criador do blog

segunda-feira, julho 21, 2014

Lobo Solitário Moto Grupo apadrinha E.I.A. Irmandade

Aconteceu no dia 13/07/2014 no distrito de Tavares-Pará de Minas, o apadrinhamento da E.I.A. Irmandade pelo Lobo Solitário Moto Grupo.
Celebração que contou com a presença de Amigos de outras cidades e de outros Moto Clubes.
Tivemos a apresentação da Banda Sociedade Alternativa, cover de Raul Seixas.
Muito churrasco e muita cerveja gelada, muita alegrias.
Festa impar.
Veja algumas fotos:














quinta-feira, julho 10, 2014

“Eu sei que a gente se acostuma"


“Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.”

Autora:
Marina Colasanti é uma escritora e jornalista ítalo-brasileira nascida na então colônia italiana da Eritreia.

segunda-feira, julho 07, 2014

Reportagem Gazeta Paraminense

http://www.gazetaparaminense.com.br/noticias/noticia/5202/0

Lobos nem tão solitários assim

Lobos nem tão solitários assim Desbravar os 4 cantos do país em cima de uma moto é lazer para poucos. Porém, além do lazer, essas aventuras pelas estradas também são uma filosofia de vida para criar amizades e aprender valiosas lições. Para falar sobre isso, a reportagem GP conversou com Damião Cosme da Silva, 49, um dos fundadores do 1º Moto Grupo da cidade, o Lobo Solitário. Saiba mais.
“A ideia surgiu em 2001, através do consórcio da minha moto, quando eu queria viajar para conhecer cidades em duas rodas. Aí, um compadre meu, o José Alves (Ninja) aderiu à minha ideia e foi formado, assim, o Lobo Solitário Moto Grupo que tem registro, brasão, atas de reunião... tudo dentro da legalidade. Na verdade, éramos apenas nós 2 os integrantes. A partir daí, fomos viajando de cidade em cidade, de encontro em encontro, fazendo amigos, mas sempre respeitando as leis de trânsito que é o nosso princípio básico. Afinal, esse é o quesito que diferencia motociclista de motoqueiro. Hoje, o nosso moto grupo conta com vários participantes”, festeja Damião.

É PERIGOSO? – “Tem dias que a estrada é um caos, porque muitos não usam seta, outros não sabem dirigir em uma rotatória e ainda têm os que brigam com você, sendo que eles é que estão errados. Alguns motoristas não estão qualificados para pegar o trânsito. Conheço motociclista que perdeu a perna na 1ª vez que encarou uma estrada e isso só acontece, porque eles não se prepararam. Não pode tirar a CNH e já querer pegar estrada. Graças a Deus, no nosso moto grupo, nunca tivemos envolvimento em acidentes, já passamos por situações arriscadas, mas nada fatal”.

MELHOR LUGAR? – “Já fizemos inúmeras viagens: Pirapora/MG, Itaúna/MG, Divinópolis/MG, Oliveira/MG, São Tomé das Letras/MG, Bom Despacho/MG, Morada Nova de Minas/MG, Curvelo/MG, Três Marias/MG, Santo Antônio do Monte/MG, Formiga/MG, entre tantas outras. Todas elas foram marcantes, porque em cada lugar que você vai sempre encontra belas paisagens e encantos. Fica até difícil escolher qual foi a melhor. Cada uma tem o seu detalhe especial, a sua beleza particular”...

COMO SER LOBO? – “O motociclista não adentra logo de cara, no nosso grupo, cujos integrantes são todos de Pará de Minas. Ele passa um período viajando conosco para avaliarmos como é seu comportamento na estrada; se é alguém íntegro; e se não abusa da velocidade. Fora isso, avaliamos a conduta moral dele na sociedade, no trânsito e junto à família. Nosso lema é sempre viajar e voltar bem para casa. Em relação às motos, somos bem ecléticos, pois temos integrante que tem Biz. Não corremos muito, porque a velocidade máxima em estrada é de 110KM/H. Então, é preciso ter uma moto que consiga atingir essa velocidade, para conseguir estabelecer essa velocidade máxima. Fazemos reuniões em todos os 2ºs domingos do mês, quando nos divertimos, fazendo um bom churrasco, trocando ideias com os motociclistas que vêm de outras cidades. Algo bem proveitoso”!

MOTO E LIBERDADE – “Liberdade é você pegar sua moto, ir para a estrada sem rumo certo para ir, sentindo o vento na cara”...